quinta-feira, 8 de março de 2007

Modelo de Gestão

Analisando friamente, e leia-se, sem entrar em méritos de credos ou juízo de valor, a estrutura das multinacionais cheguei a algumas conclusões. As multinacionais forçosamente têm um CEO, têm um conselho gestor, filiais em alguns países, algumas delas em muitos países, têm centros avançados e gestores operacionais.
Geralmente estas multinacionais, observadas as características dos países, têm uma única linha de gestão, um único modelo de trabalho e de formação profissional de seus executivos, dentre muitas outras nuances estruturais.
Pois bem, em determinado momento atentei para a estrutura eclesiástica e cheguei a conclusão de que é a mais perfeita multinacional existente.
Vejamos primeiramente seu tempo de existência e as pouquíssimas alterações, proporcionalmente falando, de sua forma de gestão. A Igreja católica é sem dúvida alguma o maior exemplo de como as empresas precisam seguir uma única linha de atuação, esteja ela em Roma na Itália ou em Altamira no Pará. As doutrinas e os dogmas são os mesmos, o CEO católico, o Papa, no Vaticano, no momento em que edita uma resolução, tal como a não concordância do uso do preservativo, ressoa em todas as “filiais” estejam onde estiverem. O conselho gestor também existe no Vaticano, e este conselho cuida diretamente dos interesses desta “multinacional” fazendo vigorar todos as resoluções papais.

É importante também, visualizarmos a capilaridade desta instituição, cuja abrangência se dá em todos, repito, todos os países ocidentais do globo terrestre, e alguns países do oriente. É impressionante o alcance desta instituição. A formação de seus “executivos” os bispos e seus “gerentes” os padres, se dá rigorosamente da mesma forma em qualquer lugar do mundo, garantindo assim que todas as ações sejam executadas da mesma forma em todos os “centros avançados”.

Vale a pena lembrar que já faz algum tempo, desde a contra-reforma, que a igreja católica vê o surgimento de concorrentes em seu campo de atuação, porém são instituições pontuais sem a mesma capilaridade nem a mesma uniformidade, portanto sem a mesma consistência.

Claro que como em toda multinacional existem casos de desvio de conduta de seus executivos, seja no campo pessoal ou administrativo, porém nada que abale a credibilidade nem o crescimento desta mega multinacional, é sem dúvida alguma um modelo de gestão de sucesso.

Um comentário:

Unknown disse...

Pedro meu velho, excelente a co-relação usada. Gosto das coisas que pensamos: "é verdade, nunca havia pensado nisso!". Parabéns!